O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, está sendo aconselhado a não esticar a corda com o ministro da Defesa, o governo em geral, e os militares, independente do teor do relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação realizado pelas Forças Armadas. O entendimento da turma “do deixa disso” é que, mesmo que o documento traga questionamentos às urnas, Moraes faça vista grossa, receba o documento, ignore-o, sem retrucar com cobranças à Defesa. O objetivo é esvaziar a polêmica sobre o tema e a movimentação nas ruas. Partir para o confronto, exigindo explicações de um general, por exemplo, classificando o trabalho dos militares como fake news, só serviria para dar palco e razão ao discurso radicalizado do presidente Jair Bolsonaro, que seria vítima deste processo. Além disso, despertaria a insatisfação da cúpula militar, que tem se mantido afastada dessa discussão, criando uma aresta ainda maior com as forças. Da mesma forma, a sugestão é ignorar as palavras de ordem dos protestos que se formaram em frente aos quartéis em todo o Brasil e que aguardam este documento como tábua de salvação para “provar” que Lula foi eleito por alguma manobra das urnas.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília
Foto: Carlos, Moura, NSC