A tentativa da bancada ruralista de concluir a aprovação do projeto do Alimento Seguro na Comissão de Agricultura do Senado esbarrou na intenção da senadora Eliziane Gama de debater o projeto na transição, nos grupos de Agricultura, Meio Ambiente e Saúde. Um pedido de vista adiou a votação do projeto para terça-feira. Ela argumenta que o PL é parte do “pacote de destruição” do governo Bolsonaro e que não é possível avançar na tramitação sem aprofundar o debate. O posicionamento da senadora expôs uma situação que já entrou no radar do governo eleito: construir pontes com o agro vai exigir jogo de cintura para não afastar a bancada do meio ambiente, que tem a deputada eleita Marina Silva como nome forte. O senador Carlos Fávaro, um dos nomes citados para o Ministério da Agricultura, estava na sessão deliberativa da comissão, defendeu o projeto e avalia que é possível solucionar o impasse. O presidente da comissão, senador Acir Gurgacz, defendeu a votação do parecer e, embora não tenha estabelecido uma relação direta entre a aprovação de projetos de interesse do agro no Senado – Autocontrole, Alimento Seguro e Regularização Fundiária – com votos favoráveis à PEC da Transição, disse: “cada um coloca na mesa as armas que têm”.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Roque de Sá, Agência Senado