O principal resultado da comissão geral que ouviu o presidente da Petrobras, general Silva e Luna, foi deixar claro que a alta dos combustíveis entrará de vez na agenda dos deputados. Ainda não está claro se a movimentação tem aval do Planalto – que poderia se beneficiar de projetos nesse sentido promovidos pela Câmara sem ter que se envolver diretamente e ser acusado mais uma vez de interferência na estatal. Ricardo Barros acompanhou parte da sessão no plenário e, mesmo inscrito inicialmente para falar, não foi à tribuna defender Silva e Luna. De qualquer forma, a sinalização de que o assunto poderá ser tratado pelos deputados como prioridade tem conexão com o período eleitoral, que cada vez mais se antecipa. A pauta principal da eleição não será mais a pandemia e sim a retomada econômica – emprego, geração de renda, controle da inflação – e o preço do gás de cozinha, gasolina e diesel é uma das portas de entrada para a percepção da população sobre a economia. Se o governo não correr para tirar do papel suas propostas do fundo de suavização dos preços dos combustíveis ou apresentar outros caminhos, a Câmara demonstrou hoje que fará isso por ele.