O presidente Lula levou uma verdadeira “caravana” de ministros, menos Marina Silva (Meio Ambiente), para o Amapá, onde apresentou uma série de medidas (regularização fundiária, entrega de imóveis, entre outros) em evento típico dos mandatos anteriores: espaço cheio de populares, palanque e muitos discursos.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues, e o governador Clécio Luís cobraram a liberação da licença para pesquisa de petróleo na Margem Equatorial, alegando que o Estado com 97% de cobertura florestal merece ser recompensado pela preservação ambiental com a possibilidade de explorar riquezas em sua costa. Eles argumentam que o Amapá tem direito a se desenvolver como os demais entes da federação.
Um dia após criticar o “lenga-lenga do Ibama”, Lula previu que um dia a exploração do combustível fóssil vai acabar, mas enquanto isso não acontece, não pode negar o direito de, ao menos, saber o tamanho da riqueza disponível na foz do Amazonas. O mandatário destacou que Suriname e Guiana estão “ficando ricos” e que seu governo não fará “loucura ambiental”, portanto a pesquisa é imperativa.
O discurso soou como música para os ouvidos de Alcolumbre, tratado como aliado de primeira hora. O senador também soube retribuir aos afagos com um discurso bem governista.
O petista não entregou ainda a tão sonhada licença ambiental para pesquisa, mas para cumprir os compromissos políticos assumidos publicamente, ninguém tem dúvidas de que a autorização vai sair, com ou sem a atual cúpula do Meio Ambiente no governo federal.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
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