Arthur Lira deu até 26 de fevereiro para que o grupo de trabalho da Câmara elabore sua proposta para o projeto que veio do Senado criando o piso nacional da enfermagem. O relator do GT é Alexandre Padilha (PT/SP), mas ainda não é certeza que o petista assumirá a relatoria de plenário. Em audiência pública nesta tarde, o grupo ouviu as demandas da categoria e vai marcar para os próximos dias a reunião com os gestores (públicos e privados) para entender o impacto fiscal sob a ótica de quem paga. Os defensores do projeto trabalham com um estudo do Dieese que indica um impacto fiscal de R$ 25 milhões/ano e, de acordo com relatos, o levantamento foi decisivo para que Lira desistisse de tocar o assunto em audiências nas comissões e criasse um grupo de trabalho específico para isso. Há um clima na bancada da saúde para fazer com que a matéria seja aprovada antes que o calendário eleitoral atropele os trabalhos legislativos. Nesta tarde, os deputados defenderam que o projeto trate de piso, carga horária e impeça o avanço da formação à distância desses profissionais. O texto que saiu do Senado prevê o piso de R$ 4.750,00 para enfermeiros com nível superior. Os parlamentares acreditam que, aprovando o PL 2564/20 na Câmara, a tendência é que aumente a pressão para contemplar outros setores com medida semelhante. “Passando este (projeto), abre-se o portal para outras categorias”, previu ao BAF a deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), membro do grupo de trabalho.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília