Ao adiantar que vai conceder um reajuste de 33% no piso dos professores, o presidente Bolsonaro jogou no colo dos governadores e prefeitos o ônus do benefício. Havia uma pressão da bancada da educação, além de profissionais do magistério, pelo reajuste, mas a discussão que estava colocada não buscava um aumento dessa magnitude. Com a decisão, o presidente fica bem na foto e, de quebra, ainda poderá usar o fato para depois conceder reajuste aos policiais federais, sua obsessão. Em ano eleitoral, categorias organizadas tendem a conseguir seus objetivos. O próximo setor a exigir aumento deverá ser o da saúde – aliás, está na fila na Câmara a votação do PL que estabelece um piso nacional para a enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Chico de Gois – direto de Brasília