Davi Alcolumbre volta à presidência do Senado com o discurso de soberania da Casa, defesa das prerrogativas parlamentares, cobrança de cumprimento de acordos e recados ao STF e à Câmara.
Em seu discurso inicial, o senador lembrou seu período de “timoneiro na tempestade” à frente do Congresso durante a pandemia, destacou sua “firmeza” na condução dos trabalhos e prometeu liderar a Casa com “altivez” agora.
Sobre a crise das emendas, constatou que a harmonia entre os Poderes está sendo testada, que decisões judiciais devem ser respeitadas, mas que “é indispensável” que se respeite as prerrogativas do Parlamento de legislar.
Ainda que tenha baseado o discurso na narrativa de reconstrução de pontes e diálogo, sinalizou que fará fazer valer a autonomia do Senado. O novo presidente também avisou que as MPs voltarão a tramitar nas comissões mistas, como manda a Constituição, e que não permitirá mais que as propostas da Câmara prevaleçam sobre os projetos do Senado, como foi instituído na gestão de Arthur Lira.
Alcolumbre foi eleito com 73 votos, como se esperava. O resultado empodera o senador, que já tinha grande influência no governo, mas que agora potencializará suas “demandas”, seja nas agências reguladoras, seja na Esplanada.
Nesta primeira semana de presidência, Alcolumbre deve priorizar a instalação das comissões temáticas. O primeiro grande teste da nova relação com o governo deve ser a condução da votação do Orçamento de 2025 pelo Congresso – prioridade do Executivo – e os vetos presidenciais (Reforma Tributária e refinanciamento da dívida dos Estados), cuja derrubada é demandada pela oposição.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado