Pelo tom da entrevista coletiva dos ministros chamados para apresentar um diagnóstico do aumento dos preços ao presidente Lula, a ideia do governo é ir lançando as medidas aos poucos e não no formato de um pacote único. As propostas serão postas em prática assim que o presidente der seu aval.
Havia uma preocupação dos ministros em desmentir ideias que foram ventiladas até aqui. O ministro Rui Costa (Casa Civil) repetiu algumas vezes que não haverá medidas heterodoxas de combate à inflação, ou seja, o governo descarta “supermercado estatal”, venda de alimentos vencidos e “fiscal do Lula”.
Estão na mesa de conversas o aumento de subsídios para o Plano Safra, estímulo para produção de itens da cesta básica, possibilidade de redução de alíquota de importação para produtos que estejam comprovadamente mais baratos no exterior e a regulamentação do mercado de vale-alimentação.
Falta orientação – O presidente Lula reuniu seus ministros nesta sexta-feira para tratar do que se transformou o inimigo número 1 de seu governo hoje: a inflação.
Não eram esperados anúncios efetivos, mesmo porque ministros deram sinais claros – e polêmicos – ao longo da semana de que ainda não sabem qual rumo seguir.
O governo acordou tarde para o problema, se apegou à narrativa de que outros indicadores econômicos eram positivos e, como avaliaram parlamentares nesta semana ao BAF, se desconectou da população.
Rumores indicam que as próximas pesquisas de popularidade devem apontar uma queda expressiva da percepção positiva em relação à gestão Lula 3, com números além da mera oscilação.
Se confirmados os números negativos, a tendência é aumentar o sentimento no Palácio do Planalto de urgência para ações concretas. No modo desespero, o governo corre o risco de cometer mais erros.
Equipe BAF – Direto de Brasília
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