O secretário Rogério Ceron deu entrevista ao Broadcast e afirmou que o Tesouro tem de manter a credibilidade ao longo do tempo, o que significa fazer críticas técnicas quando forem pertinentes, mas sem misturar com política, atividade de outras instâncias do governo Lula. A articulação política será muito cobrada neste primeiro semestre, quando o ministro Fernando Haddad pretende enviar ao Congresso duas propostas que vão desafiar a capacidade de convencimento dos líderes dos partidos da base. O novo arcabouço fiscal e a primeira parte da Reforma Tributária são ansiosamente aguardadas. Segundo Ceron, as linhas da âncora que vai substituir o teto valorizam resultado primário e normas para investimentos e gastos, principalmente os permanentes. O secretário ressalta o que foi dito pelo ministro Fernando Haddad. O novo arcabouço tem de ser eficiente – garantir trajetória sustentável da dívida – e perene, o que não ocorreu com o teto. Ceron disse que melhorar a qualidade do gasto público é compatível com o compromisso de Lula de o Estado ter fortes políticas de proteção social e induzir o crescimento por meio do investimento público.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Fernando Pereira – Secom