Há na equipe econômica técnicos que são defensores mais intransigentes do teto de gastos e afirmam que a âncora fiscal com as características da emenda constitucional aprovada em 2016 não existe mais. Eles mostram preocupação, mas se rendem ao contexto político que garante a sustentação do governo de Jair Bolsonaro por meio do apoio do Centrão e das emendas ao orçamento. O PLOA 2022 mostrou que é possível pagar R$ 89 bilhões em precatórios, mas o Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, não poderia ser ampliado para R$ 300 por mês como quer o presidente. Ontem, foi lançada a ideia de mudar novamente a Constituição para pagar R$ 39,8 bilhões em precatórios no ano que vem, o que permite adiar para 2023 quase R$ 50 bilhões em pagamentos de sentenças. Os intransigentes técnicos defensores do teto original de 2016 ouvem que acabar com essa âncora seria liberar principalmente o Executivo para inscrever livremente no orçamento despesas discricionárias e isso não está sendo articulado no Congresso. Os defensores mais flexíveis do teto argumentam que precatórios não são despesas correntes do Executivo e não são definidas pelo Executivo. Portanto, poderiam ficar fora do teto.

Arnaldo Galvão – Direto de Brasília

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