A Petrobras avalia que saiu por cima de toda a polêmica provocada por Arthur Lira nos últimos dias após o presidente da Câmara mirar suas críticas no ICMS e passar a tratar do fundo de estabilização. O BAF apurou que a mudança de tom do deputado em relação à disposição de interferir na empresa foi articulada junto com o anúncio da estatal na criação de um programa social para o gás de cozinha, comandado pela Casa Civil. O programa em si não terá muita efetividade prática, o recurso de R$ 300 milhões é pequeno demais para ter impacto significativo em 15 meses, como foi anunciado. Mas demonstrou uma disposição da empresa em atender aos apelos dos parlamentares pela atuação social da Petrobras. Mesmo que muitos parlamentares de Centro apoiem uma decisão como a mudança na política de preços, Lira teria recuado, na visão de fontes da estatal, porque sabe que uma interferência na Petrobras por meio da Câmara não é algo simples e implodiria o mercado. A estatal conseguiu sair um pouco de foco, nem que seja momentaneamente. Por enquanto, os deputados trabalham com horizonte da criação de fundo estabilizador de preços dos combustíveis e uma minirreforma do ICMS – ideias que ainda interferem em muito no mercado e não sairão de graça para o governo. A forma de bancar o fundo pode vir desde a taxação de exportação do petróleo, aumento da Cide até o uso de dividendos da Petrobras à União para dar um primeiro aporte ao fundo, por exemplo. A verdade é que existe a decisão de fazer algo, mas ninguém sabe ainda o que exatamente, nem mesmo o próprio presidente da Câmara. Já no ICMS, Lira segue indicando que ainda quer mexer na tributação. Não será fácil e hoje não tem votos para aprovar a mudança que afete a arrecadação dos governadores.

Equipe BAF – Direto de Brasília

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