O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, disse ao BAF que o projeto de lei que cria o Eximbank é uma oportunidade de discutir com os parlamentares, com calma e transparência, um tema que foi marcado por ruídos. O governo quer aumentar a eficiência do apoio às exportações, o que inclui as vendas externas de serviços de engenharia, softwares, cultura e outros segmentos. Depois de 2014, com os desdobramentos da operação Lava Jato, foi dado muito destaque ao apoio que o BNDES deu às empresas brasileiras que venderam serviços de engenharia a Cuba e Venezuela, por exemplo. O projeto de lei prevê que países inadimplentes não poderão receber apoio, norma que já era rotina no BNDES, segundo Gordon. Além disso, o futuro banco fará prestações de contas regularmente no Congresso. O diretor informa que a criação do Eximbank não terá aumento relevante de custos operacionais porque o BNDES já tem estrutura para essa atividade. Gordon lamentou que falou-se muito na “caixa preta do BNDES”, mas ela nunca existiu. Como exemplo, ele cita o caso de Cuba. França, Canadá, Suécia, Espanha e outros países desenvolvidos têm US$ 11 bilhões a receber, mas estão negociando. O Brasil tem US$ 378 milhões pendentes e o diálogo é permanente com o governo cubano. No caso da Venezuela, faltam pagamentos de US$ 46 milhões. Dos US$ 100 bilhões apoiados pelo BNDES nas exportações no período 1991-2022, 20% foram para os EUA e a Argentina é muito relevante nessa lista.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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