Com as eleições se aproximando e Jair Bolsonaro preocupado com os ataques que vinha sofrendo por causa das frequentes altas dos preços dos combustíveis, “sem a Petrobras fazer nada”, a tensão foi aumentando entre ele e o general Joaquim Silva e Luna. O presidente, ao escolher Silva e Luna para comandar a empresa, achava que tinha encontrado um interlocutor na empresa, que fosse “abrir a caixa preta” e devolver a empresa ao governo. O discurso no Planalto, desde a semana passada, é que é preciso que o novo presidente da Petrobras conheça os meandros da empresa para que deixe de estar a serviço da corporação e passe a trabalhar pelos interesses da população. O Planalto quer que o novo presidente não aceite “não” como resposta dos técnicos às necessidades de conter os preços e reduzir os benefícios de seu pessoal. O Planalto espera que, quando houver discussão de qual caminho enfrentar para entregar os resultados esperados pelo governo, que esse presidente saiba questionar e enfrentar a corporação, com argumentos sólidos por conhecer as entrelinhas da empresa. Para um interlocutor do presidente, é preciso que o novo presidente da empresa “pense fora da caixinha” para encontrar um meio de conseguir reduzir os preços, ainda que sem fugir à lei, mas encontrando a saída jurídica que entendem que existe, mas que precisa de vontade política para ser buscada. O entendimento é que alguma coisa tem de ser feita para devolver a Petrobras ao controle da União.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília