Prova do protagonismo da ala política do Planalto – em detrimento do poder que tinha a ala econômica – são as críticas que voltaram a circular na Esplanada sobre o considerado “super” Ministério da Economia. Em julho de 2021, Guedes perdeu uma fatia do seu poder quando foi criado o Ministério do Trabalho, entregue a Onyx Lorenzoni. Agora, com o fortalecimento do grupo político no Planalto, que tem o “primeiro-ministro” Ciro Nogueira na Casa Civil, e Flávia Arruda na Secretaria de Governo, o Centrão está de olho em novos espaços na Esplanada, a partir da divisão do Ministério da Economia. O núcleo fala da necessidade da volta do extinto Ministério do Planejamento, que continua com a execução de suas tarefas independente dos afazeres da ala do Ministério da Fazenda e cujos técnicos vivem se estranhando com os servidores da Fazenda. Prega-se também a importância da independência da área de Indústria e Comércio Exterior e Serviços, setor específico que eles consideram precisar ser valorizado e incrementado em momento de crise econômica. As discussões sobre novas divisões da pasta já começaram, assim como as investidas sobre os novos espaços. Os interessados nestes nacos não enxergam problema algum que Paulo Guedes continue à frente do esvaziado Ministério da Economia.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília