Os técnicos da equipe econômica lutaram, mas não conseguiram evitar mais um buraco de R$ 30 bilhões no teto de gastos decorrente de uma soma de auxílios que representarão R$ 400 mensais para cerca de 17 milhões de famílias. Os mais otimistas acreditam que evitaram um dano maior à âncora fiscal que poderia ter ocorrido se prevalecesse o espírito da reunião ministerial realizada na sexta-feira sem o ministro Paulo Guedes. Essa leitura mais positiva dos fatos isola em 2022 o excesso que desvirtua temporariamente a ideia do limite de crescimento das despesas prevista na Emenda 95 de 2016. Os detalhes da mudança das normas que tem de ser viabilizada com a aprovação da PEC dos Precatórios ainda não estão definidos, mas o eixo é obedecer à decisão política de garantir R$ 400 por mês no bolso dos mais necessitados em ano de eleição. A tensão entre as áreas econômica e política deve aumentar porque ainda não estão acomodados os interesses dos parlamentares na lei orçamentária de 2022.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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