A cúpula do PL não trabalha com a possibilidade de Jair Bolsonaro dizer não ao partido após todos os esforços para atraí-lo para suas fileiras. Entre os deputados da bancada, a percepção é de que Valdemar Costa Neto quer Bolsonaro de qualquer forma e fará “qualquer coisa” para tê-lo no PL, afinal é a ampliação da bancada (e do fundo partidário) em 2022 que está em jogo. O discurso na legenda é de que se eventualmente o presidente desistir da filiação, o PL continuará na base porque “eleição não se confunde com governabilidade”. Um exemplo do “apreço” do PL pela “governabilidade” está no comportamento da bancada em relação ao voto impresso – quando se posicionou de forma contundente contra a pauta ideológica – e o apoio amplo à aprovação da PEC dos Precatórios (bandeira do governo). A tendência é Costa Neto resolver o impasse em São Paulo, onde deputados relatam que Eduardo Bolsonaro estaria pleiteando a direção do partido. Oficialmente, a integração de Eduardo Bolsonaro no comando de São Paulo não foi tratada ainda. Restará ao dirigente, que ganhou “carta branca” ontem, destravar os obstáculos no Piauí, Ceará e Alagoas, além de lidar com a possibilidade de saída de expoentes do partido.
Ricardo Galhardo, Larissa Fafá e Daiene Cardoso – Direto de Brasília