Os geradores eólicos estão elevando o tom contra a Aneel no caso do Curtailment (o corte da geração dessa fonte para manter outras fontes gerando).
A argumentação nova em favor da inclusão de indenizações aos geradores eólicos – embutidas nos encargos pagos pelos consumidores, o ESS – quando forem impedidos de enviar energia é de que a Aneel precisa reconhecer que o corte tem custo para o sistema, na mesma proporção de cortes na geração termelétrica (para qual a compensação é paga desde 2000 sem as restrições impostas aos cortes da eólica e solar).
Hoje, o ONS não teria um sinal de preço adequado na hora de eleger o que cortar em desfavor das renováveis. O argumento tem peso, pois rebate justificativa da Aneel e das associações de consumidores de que alterar a forma que a agência elenca a ordem de cortes geraria aumento na conta de luz. “O pagamento dessas compensações faria com que o ONS despachasse menos térmicas, reduzindo o ESS, e não um aumento”, afirmam os geradores renováveis.
O cálculo é de que em dois anos (2022 e 2023), isso teria gerado uma economia de R$ 250 milhões, avaliam os geradores eólicos em argumentações a serem feitas na Justiça.
A questão agora é quem leva: se a Justiça acolhe esse argumento, pode haver perda por parte dos termelétricos, que inclui grupos econômicos importantes, como a JBS e a Eneva.
Equipe BAF – Direto de São Paulo
Foto: Ricardo Botelho, MME
