As acusações da oposição de que o presidente Jair Bolsonaro poderá não respeitar o resultado das urnas acendeu um alerta entre os eleitores mais abastados e há temor de que as perdas do público continuem em queda livre se o presidente insistir no radicalismo. Na avaliação do entorno do presidente, não haverá pacote de bondades que consiga reverter isso. Os bolsonaristas mais radicais, no entanto, insistem no discurso radical e dizem que a partir do dia 9 de agosto, quando o dinheiro começar a chegar ao bolso da população mais carente, as mudanças nas pesquisas serão muito maiores. O problema é que, antes, havia a expectativa de que a virada viria no final de junho, depois, em julho e, agora, espera-se para o final de agosto. O fato é que o tempo está ficando muito curto para a virada. No Planalto, interlocutores já começam a sentir isso e acusar o golpe, embora, oficialmente, o discurso seja de que esses que assinaram “as cartinhas” – numa referência ao manifesto pela democracia subscrito por mais de 300 mil pessoas – já não votavam mesmo em Bolsonaro.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília