Em sua primeira entrevista a um grande veículo de imprensa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez revelações importantes. Na área econômica, ele confirmou que o ministro da Economia deve ter “cabeça política” sem descartar um economista, disse que vai recriar o Ministério do Planejamento, retomar a política de aumento real do salário mínimo, que os bancos públicos vão oferecer crédito a pequenos e micro empreendedores e que vai mudar o perfil da direção da Petrobras. Na política, Lula deixou claro que não pretende concorrer à reeleição, embora não tenha cravado a afirmação e defendido a regra dos dois mandatos de quatro anos, e principalmente, fez acenos a Arthur Lira e aos militares. Lula chegou a brincar que a “única coisa certa” é a reeleição de Lira para a presidência da Câmara e lembrou que se deu mal quando tentou interferir no processo, mas acabou ficando “amigo” de Severino Cavalcante. Ele sinalizou que vai buscar diálogo com Lira caso ele seja reeleito. O petista descartou a possibilidade de golpe com apoio de militares e disse que “os militares são mais responsáveis do que o Bolsonaro”. O ex-presidente, mais uma vez se recusou a revelar propostas concretas para um possível futuro governo. Ao responder sobre isso, repetiu o mais do mesmo: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, PAC, programas “de sucesso” de seus governos anteriores. Apesar de reafirmar que pretende manter o auxílio de R$ 600, Lula disse que o valor vai depender do número de pessoas em cada família.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo