Em seus últimos dias à frente da Câmara, Rodrigo Maia vem aumentando cada vez mais o tom de oposição ao governo Jair Bolsonaro. Hoje chamou de “irresponsável” a declaração de Bolsonaro (que disse não ter a intenção de tomar a vacina), acusou o Executivo de querer muitas vezes “impor sua posição à sociedade” (como na questão da vacina), acrescentou que a população está perplexa “com esse governo” e disse ter “pena dos brasileiros”. Maia também disparou contra Paulo Guedes, disse que o governo desistiu do enfrentamento do equilíbrio fiscal e que falta clareza sobre qual será o caminho do gasto público em 2021. “Acho que o governo perdeu a vontade, as condições ou o interesse de fato em manter a política prometida pelo ministro da Economia”, disse. Para o deputado, o governo desistiu do desgaste de aprovar os gatilhos e agora Guedes perdeu o comando do processo político dentro do governo, passando a ser minoritário e não conseguindo mais avançar nessa agenda. Sobre a sucessão na Câmara, Maia afirmou que seu bloco busca uma Casa “livre de agenda retrógrada”, como no meio ambiente, e que o Palácio do Planalto não conseguirá transformá-la em “seu puxadinho”. Hoje, Bolsonaro disse contar com o novo presidente da Câmara para aprovar a excludente de ilicitude e Maia ironizou os posicionamentos do mandatário. “Não acho ruim o presidente da República estar falando nesse momento sobre Câmara dos Deputados. Tem nos ajudado um pouco na demonstração de que campo estamos e que precisamos construir para o futuro da nossa democracia e da Câmara dos Deputados”, respondeu.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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