Rodrigo Maia sofre pressão para definir quando os trabalhos presenciais serão retomados na Câmara. Enquanto no Senado a perspectiva é de volta em agosto, na Casa vizinha os técnicos avaliam que não há condições sanitárias de colocar 513 deputados no mesmo espaço, sem ventilação natural e com pouco mais de 300 assentos. Ali, 1/5 dos deputados tem mais de 60 anos e há vários casos de Covid-19 relatados até agora, entre eles o de Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), que desenvolveu um quadro grave e ficou 12 dias na UTI. Por isso, crescem os rumores de que os trabalhos legislativos não serão normalizados este ano. No Senado são 81 representantes dos Estados, todos com lugares demarcados no plenário e podendo trabalhar em condições razoáveis de distanciamento. A maioria no Senado, no entanto, é de idade de risco. Atualmente há muita coisa paralisada no Congresso, em especial as comissões temáticas. Na Câmara, a eleição anual das presidências dos colegiados sequer aconteceu, já no Senado o mandato é de dois anos, portanto basta agendar o retorno. Segundo fontes, Maia pode adotar um modelo híbrido de votações (com parte votando virtualmente e outra presencialmente), porém na nova fase terá de repactuar com as bancadas a pauta prioritária. Atualmente, a preferência é por temas relacionados ao coronavírus e MPs. As duas Casas compartilham de um mesmo problema: a redução da malha aérea e mais conexões para se chegar a Brasília, o que dificulta o deslocamento dos parlamentares. Quem mora em Estados vizinhos está vindo de carro ao DF e outros preferiram passar a quarentena com a família nos apartamentos funcionais de Brasília.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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