Tutelado por Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, Jair Bolsonaro conseguiu promover uma reunião pacífica com os 27 governadores, diferente do último encontro virtual onde houve um embate com João Doria. Logo de início, Bolsonaro adotou um tom harmonioso, defendeu o trabalho em conjunto e pediu o apoio dos governadores para o veto à possibilidade de reajuste aos servidores públicos. Para reduzir os danos junto ao funcionalismo, Bolsonaro alegou que a suspensão de reajuste era “o remédio menos amargo”. Coube ao governador do MS, Reinaldo Azambuja, dizer que o veto era uma prerrogativa do presidente da República, mas que não havia objeção dos governadores. Os governadores tiveram uma reunião prévia para ajustar o discurso, conseguiram deixar claro que a prioridade neste momento é o combate à pandemia e que a recuperação econômica virá depois. Ficou a cargo do governador do ES, Renato Casagrande, cobrar coordenação nacional diante do cenário da crise se estendendo por mais meses e disposição do governo federal em ouvir mais os entes na tomada de decisões. “Não precisamos de uma crise política”, pontuou. Adversário declarado de Bolsonaro, Doria também baixou o tom, insistiu para que a primeira parcela da ajuda aos Estados e municípios seja paga até 31/05 para garantir recursos à Saúde. “Ninguém ganha com uma guerra. Precisamos estar unidos”, declarou Doria. Considerando o cenário de crise e de conflito político permanente sustentado por Bolsonaro, simbolicamente o resultado do encontro foi positivo, resta saber quanto tempo vai durar o armistício. Ao final do encontro, ministros e assessores palacianos comemoraram o clima de paz.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

21/05/2020 – 11:21

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