Arthur Lira e Rodrigo Maia estão em aberto processo de reaproximação após meses de estremecimento. Maia sabe que o líder do PP será um importante aliado para fazer a agenda econômica andar, em especial a Reforma Tributária. Deputados que acompanham de perto a relação dos dois dizem que a reconciliação é uma formalidade para distensionar o ambiente e isso também interessa a Lira, que precisa se recompor politicamente depois desse período de demonstração de força de Maia. Segundo fontes, a “trégua” partiu de Lira após a conclusão de que não haverá vencedores se as duas maiores forças da Casa estiverem em disputa. Pesou também no gesto de Lira a constatação de que ambos têm aliados em comum e eles não queriam estar no meio do litígio. Com Ricardo Barros na liderança formal do governo, Lira já não precisa mais se ater aos trabalhos práticos do cargo que Major Vítor Hugo não dava conta e pode se voltar para sua pré-candidatura à Presidência da Câmara. Barros e Lira se toleram, mas conseguem trabalhar juntos em prol de objetivos comuns. Antes da aliança com o governo, Lira era bem visto na oposição e perdeu a simpatia do bloco nos últimos tempos. Para um candidato a presidente da Câmara, mais de 100 votos da oposição não é algo a se desprezar. Deputados da oposição avaliam que a reaproximação de Maia e Lira se deve também ao fato de que o presidente da Casa quer estar bem com governo e com o deputado que pode sucedê-lo. Nesse clima de convergência, Aguinaldo Ribeiro conseguirá, pelo menos por enquanto, se manter na liderança da Maioria.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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