Além da questão constitucional apontada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, a inviabilidade da reeleição de Rodrigo Maia começou a se consolidar durante a pandemia, por isso muitos aliados do presidente da Câmara previam que se o STF liberasse sua candidatura, sua reeleição seria mais difícil desta vez. Há quem acredite na Câmara que a reação dos partidos à possibilidade de permissão para recondução de Maia e Davi Alcolumbre ajudou a influenciar o voto final dos ministros decisivos. Maia sempre teve boa relação com o Judiciário, com a imprensa e com o mercado financeiro, o que despertava desconforto entre seus pares. Também aumentaram as queixas de centralização da pauta nas mãos de Maia, uma vez que Brasília ficou vaziada. Sem contar que o presidente da Câmara vem sendo visto nos últimos tempos como “primeiro-ministro”. “Houve uma reação silenciosa e o Arthur (Lira) enfrentou de forma mais ostensiva essa insatisfação”, comentou um parlamentar da oposição. No cenário atual, a expectativa é de que o Palácio do Planalto deixe a poeira baixar, não se meta de pronto no processo sucessório e avalie depois qual perfil vai se consolidar como favorito. Um aliado de Maia afirmou ao BAF que só valerá ao governo correr o risco de entrar na disputa nas duas Casas se tiver a certeza da vitória. A prudência recomenda que o Executivo se contenha.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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