A entrada de novos interlocutores fora do Itamaraty para tentar uma reaproximação com a China dividiu parlamentares envolvidos com a questão. Há uma avaliação geral de que o governo fez um movimento importante de contato com a embaixada chinesa no Brasil ao colocar na mesa de negociações a responsável pelo agronegócio brasileiro e o articulador do 5G, que a ministra Tereza Cristina (Agricultura) acrescenta “com certeza”, mas eles se dividem na opinião sobre a atuação do ministro Fábio Faria (Comunicação) porque ele estaria favorável à exclusão da Huawei. Empresários da área de telecomunicações relataram que o governo Bolsonaro está os pressionando a pedir a saída do embaixador da China no Brasil, algo que Pequim não cederá (já não o substituiu no episódio da troca de farpas com Ernesto Araújo pelo Twitter). O embaixador Yang Wanming teve reunião virtual nesta semana com Rodrigo Maia e ouviu dele que a Câmara trabalhará para que nenhuma empresa seja excluída do leilão do 5G, especialmente as que já têm parceria com o Brasil no 3 e 4G. O embaixador pediu que o Congresso não permitisse que a relação entre os dois países fosse perturbada. Parlamentares ouvidos pelo BAF estão céticos sobre uma demissão imediata do chanceler brasileiro, apesar da pressão. “Pode não ser agora, mas não tem como se segurar. O desastre só vai aumentar. Com os EUA, antes tinha o Trump. Mas é agora?”, observou um parlamentar.