Vinte e quatro horas após ser surpreendido pelo Senado, o governo foi salvo hoje pela Câmara, que manteve o veto presidencial ao reajuste de servidores públicos. Em nome da responsabilidade fiscal, Rodrigo Maia se juntou aos líderes governistas e aos caciques do Centrão para evitar que os deputados seguissem a vontade do Senado. Até minutos antes do início da sessão, governo e oposição não tinham segurança sobre quantos votos cada lado tinha. Além de se tratar de um assunto sensível (que envolve policiais, médicos, professores, coveiros e servidores ligados ao combate à pandemia), paira sempre no Congresso o sentimento de que se uma Casa faz uma “bondade”, a outra é instada a fazer o mesmo para não ficar mal com o eleitorado. Trabalhava contra o governo a oposição e a bancada da bala, que juntas poderiam levar votos de deputados simpáticos à causa do funcionalismo público. Líderes do Centrão e até Maia foram ao plenário defender a austeridade fiscal, explicar que não só o auxílio emergencial estava sob risco, mas a garantia dos salários dos servidores no futuro. A “força-tarefa”- com destaque também para a atuação do novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros – conseguiu esclarecer a real situação das contas do governo e neutralizar o bloco pró-servidores. Ao final, o resultado favorável ao governo foi digno de um placar de votação de PEC: 316 sim, 165 não e duas abstenções.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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