Líderes religiosos protocolaram ontem um novo pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, no mesmo dia em que veio à tona o gasto polêmico do governo com alimentos e bebidas, entre elas leite condensado, gomas de marcar, alfafa e batata frita. O novo pedido de afastamento aponta crime na condução da pandemia de Covid-19 e se soma aos 56 requerimentos que aguardam deliberação da presidência da Câmara. Hoje será a vez da oposição (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede) aumentar a pilha de pedidos que se acumula na gaveta do sucessor de Rodrigo Maia. Desta vez o argumento da oposição é a crise sanitária em Manaus. Mais do que apresentar novos argumentos para impedir o presidente da República, os grupos terão de contar com o agravamento da situação econômica e sanitária no País, promover muita mobilização de rua para que a popularidade continue caindo e, assim, conseguir fazer com que os ventos políticos mudem no Congresso. Entre os favoritos para comandar Câmara e Senado nos próximos dois anos, nenhum dos candidatos está convencido da abertura de processo contra Bolsonaro neste momento, como o BAF vem apontando. Do ponto de vista prático, os novos pedidos servem mais como marcação de posição do que possibilidade real de impeachment do presidente agora.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Copyright ©2020 Todos os direitos