A disputa eleitoral deixou sequelas profundas na oposição que podem influenciar até a eleição da Mesa Diretora da Câmara. Há um clima no PSB de caminhar em lado oposto ao PT na formação dos blocos e na escolha do candidato à sucessão de Rodrigo Maia e o partido quer arrastar o PDT de Ciro Gomes para a mesma posição. Na linha do “distanciamento orientado”, há uma corrente no PSB que defende o apoio a Arthur Lira (PP/AL), cujo nome parte dos petistas rechaça por ser o candidato oficial de Jair Bolsonaro. “Arthur é o candidato do governo. Vamos entregar a presidência da Câmara para o governo?”, questionou um importante líder do PT. Lira deve se reunir nos próximos dias com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para pedir apoio. Na avaliação de alguns parlamentares do PSB, o partido precisa de um canal de comunicação com o Palácio do Planalto para facilitar a vida dos prefeitos eleitos de Recife e Maceió, João Campos e JHC, respectivamente. E esse canal seria Lira. O atual líder do PP não é uma unanimidade entre os pessebistas, há risco de racha na bancada, mas por outro lado há o sentimento de aversão a estar no mesmo barco do PT. Ao BAF, o presidente do partido, Carlos Siqueira, disse que vai se reunir com a bancada ainda neste mês para a escolha do candidato a ser apoiado.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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