A ideia de criação de uma CPI para investigar o desempenho do governo federal na pandemia levantada mais cedo por Rodrigo Maia está sendo debatida na oposição há pelo menos três dias pelo WhatsApp. A bancada, em especial a do PT, aprofunda o assunto e pode aproveitar a presença dos parlamentares em Brasília para eleição da Mesa Diretora no dia 1º para coletar as 171 assinaturas necessárias. No ato em que o Solidariedade anunciou que integrará o bloco de Baleia Rossi (MDB/SP), o candidato de Maia disse que CPI é instrumento das minorias, mesma lógica para convocação de ministros, que a instalação de uma comissão não é por vontade do presidente da Casa e sim obedecendo critérios de fato determinado e assinaturas válidas. Baleia reafirmou que vai analisar eventuais pedidos dentro do que manda a Constituição e, sobre a possibilidade de autorizar a abertura de um eventual processo de impeachment de Jair Bolsonaro, disse que o tema não é colocado como bandeira de sua campanha. Aliados de Baleia Rossi comemoraram a adesão do Solidariedade, que deixaria – em tese – o emedebista próximo dos 300 votos e relatam que apesar de o partido de Paulinho da Força ter ficado próximo de fechar apoio a Arthur Lira (PP/AL), pesou a proximidade do pepista com Bolsonaro. A avaliação é de que quanto mais o presidente radicaliza o discurso, a tendência é de que mais deputados se afastarão do candidato do Palácio do Planalto. Nos cálculos dos aliados de Baleia, a forma como o governo vem lidando com o agravamento da pandemia e a vacinação, o fim do auxílio emergencial, a crise econômica e reclamações de atraso no pagamento de emendas devem tornar o “cenário” mais favorável ao candidato do MDB já em uma semana. “Tem muito voto voando ainda”, disse um líder.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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