Não há expectativa de que o grupo de Rodrigo Maia anuncie hoje o candidato que vai disputar a presidência da Câmara. A pressa do momento é formar o bloco que comporte os partidos de esquerda para fazer frente à candidatura de Arthur Lira. O problema é que a oposição segue dividida, com parte dela defendendo inclusive candidatura própria, a começar pelo PSOL. “Em todos os partidos sempre tem os mais radicais que querem candidatura própria”, comentou a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC). Também persistem os parlamentares que defendem o voto em Lira, que por sua vez acredita ter – no varejo – aproximadamente 47 votos (no PT, PSB, PDT e até PCdoB) dos 130 da oposição. No PSB, a ofensiva da cúpula do partido sobre o grupo pró-Lira irritou parte da bancada. Os aliados de Lira assistem de longe os movimentos do grupo de Maia e já contam com a vinda do Republicanos de Marcos Pereira e do Podemos. Todos os movimentos do atual presidente da Câmara é no sentido de apresentar uma candidatura que não perca votos (ou perca o mínimo possível), essa é a grande dificuldade. Segundo fontes, Elmar Nascimento (DEM/BA) estaria ressentido com o fato de Maia já ter excluído o nome dele em entrevista coletiva nesta semana e, por isso, pode influenciar votos da bancada baiana. Sem adversário definido, a percepção dos aliados de Lira é de que o cenário continua favorável ao candidato governista, mas eles sabem que a capacidade de articulação de Maia não pode ser subestimada.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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