Ao BAF, um importante líder do novo bloco governista disse que é possível tocar ainda este ano alguma agenda de privatizações no Congresso. O Centrão vem dando vitórias expressivas ao governo na Câmara e mostrando coesão. Só hoje, o texto-base da MP 927 foi aprovado por 332 favoráveis contra 132, mesmo com uma obstrução ferrenha da oposição. De modo geral, o tema “privatização” divide opiniões entre os parlamentares que votam com o governo na pauta econômica, ainda mais porque a palavra em si não é palatável. Soma-se a isso o ano de eleições municipais e o processo de sucessão no comando do Congresso. Com a ajuda dos novos aliados, o governo teria chances de privatizar áreas menos polêmicas, como Dataprev ou mesmo a Transpetro, admitem alguns deputados da oposição. O problema, no entanto, é que mesmo quem é favorável à privatização vai considerar o momento e teme que as estatais possam ser vendidas por “preço de galinha de feira”. “Há uma sensação de que o mercado global está em baixa. Poderíamos ter uma venda aquém do potencial do patrimônio”, explicou um líder aliado de Rodrigo Maia. “A Reforma Tributária tem mais chance de avançar do que as privatizações”, completou o líder.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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