Quando questionado sobre a possibilidade de deixar a liderança do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros tem respondido: “o cargo é do presidente”. A resposta padrão é dada a toda imprensa e foi repetida ao BAF, o que indica a indisposição do deputado em “pedir para sair” e deixar a decisão nas mãos de Jair Bolsonaro. A denúncia feita pelos irmãos Miranda mexeu com o clima na Câmara nesta semana, que optou por uma pauta leve no plenário, sessões acabando mais cedo e muitas conversas de bastidor. Desde o início da semana há burburinhos apontando para uma possível saída de Barros do cargo. A oposição percebeu a base governista dispersa no plenário e cobrou explicações do líder do governo, que optou por submergir e evitar circular entre os pares. As explicações do deputado devem demorar a aparecer, uma vez que foi adiado seu depoimento à CPI da Pandemia. Parlamentares influentes acreditam que Barros, por sua larga experiência política, não pedirá para deixar a liderança para não dar a Bolsonaro a chance de vê-lo ser “jogado aos leões”. “O Bolsonaro joga às feras. Ele é assim até com os aliados dele, imagine com aliados de ocasião, como Ricardo Barros”, concluiu um influente parlamentar.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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