Os militares e as eleições

É preocupante a revelação que faz o Estadão hoje sobre o recado dado pelo ministro da Defesa, Braga Netto, ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dia 8, de que não haveria eleições no ano que vem se não houver voto impresso. Braga Netto ocupa a posição que está porque Bolsonaro quis politizar as Forças Armadas – e conseguiu. A mesma matéria descreve que Lira atuou para deixar claro ao presidente que a Câmara não embarcaria nessa aventura – embora, se golpe houvesse/houver, quem tem poder de fogo, literalmente, são as Forças Armadas. Bolsonaro testa e expande os limites de suas declarações. É comum depois ele voltar atrás e afirmar que joga nas quatro linhas da Constituição, mas é inegável que quer expandir esse território para que possa incluir outras jogadas. No entanto, por ora não há risco de golpe, e a escolha de Ciro Nogueira, o poderoso presidente do PP, para a Casa Civil é o sinal mais claro de que Bolsonaro continuará no campo político – o jogo que realmente interessa ao centrão, seja quem for o dono da bola.

Chico de Gois – Direto de Brasília

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