O depoimento do representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, complicou a situação do governo sobre a transação nebulosa para aquisição de vacinas por intermediários. Carvalho citou vários militares e, inclusive, integrantes de movimentos bolsonaristas interessados em lucrar com a comercialização. O governo se viu diante de uma escolha de Sofia: terá de decidir se opta por proteger os militares ou o ex-servidor Roberto Dias, aliado do líder na Câmara, Ricardo Barros. A intervenção de Fernando Bezerra demonstra que a opção será pelos militares. Bezerra fez questão de dizer que o ex-secretário-executivo do Ministério Élcio Franco atuou para evitar uma tentativa de fraude e que o atual ministro exonerou Dias. O problema é que o aliado de Barros deixou nas entrelinhas que teria um dossiê para acusar mais gente no governo sobre irregularidades na Saúde. O Palácio do Planalto espera que, com o recesso, a temperatura na CPI diminua e, em agosto, esteja bem mais amena. Mas não há garantia de que isso ocorrerá de fato.

Chico de Gois – Direto de Brasília

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