A CPI da Pandemia parece ter acertado o passo num caminho que antes não era tão claro. O depoimento ontem do ex-servidor Roberto Dias e sua prisão, além de declarações que levaram militares para os holofotes da suspeição, deixam o governo numa enrascada. No ambiente opaco há três vertentes de apoio ao governo: os próprios militares, o centrão e os evangélicos, na pessoa de um reverendo que também tentava vender vacinas para o Ministério da Saúde. A tensão em Brasília pode crescer porque há suspeitas de que Dias teria feito um dossiê implicando gente do governo nas transações nebulosas das vacinas. E ainda procura-se descobrir quem seriam os outros dois parlamentares citados por Bolsonaro na fatídica conversa com os irmãos Miranda. O governo vai precisar melhorar o discurso para dar explicações, porque só negativas não estão convencendo.