Passada a primeira semana do recesso parlamentar, as denúncias de corrupção contra o governo Bolsonaro envolvendo as negociações para compra de vacinas seguem em alta. A CPI está de férias, mas os desdobramentos de suas investigações não. Hoje, a Bharat Biotech negou a autenticidade dos documentos enviados pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde e anunciou a extinção do acordo com a empresa que vendia no Brasil a Covaxin. Também nesta sexta-feira, a Procuradoria do Distrito Federal abriu inquérito para investigar o suposto pedido de propina do ex-diretor de Logística Roberto Ferreira Dias nas negociações para compra de vacina da AstraZeneca via Davati Medical Supply. Pelo volume de informações que chegaram à CPI e que ainda não veio à tona, o grupo que forma maioria no colegiado deve ter munição para sustentar mais uma semana de noticiário quente antes da retomada dos trabalhos em agosto. Os vazamentos devem competir, no entanto, com a chegada de Ciro Nogueira das férias e a conversa na segunda-feira com Jair Bolsonaro sobre a autonomia que efetivamente terá na Casa Civil. Para promover a dança das cadeiras na Esplanada, Bolsonaro terá de editar uma MP recriando o Ministério do Trabalho e novas pastas que eventualmente entrem nas negociações com o Centrão.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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