A aprovação da capitalização da Eletrobras ontem, pelo Senado, e o provável aceite pela Câmara dos ajustes feitos, dão uma lufada de ar importante a Paulo Guedes, que já foi virado e desvirado na fogueira de queimar ministros, típica do governo Bolsonaro. O texto aprovado é muito diferente da versão original, mas o que vale é o trunfo político. Finalmente, Guedes terá uma privatização de bom tamanho para chamar de sua. A boa fase também põe na esteira a venda dos Correios, já bem azeitada, e que deve ser aprovada na Câmara ainda em julho. Para que o horizonte fique ainda melhor para Guedes, falta entregar o passaporte para a reeleição de Bolsonaro: um bolsa família turbinado, reajuste do salário dos servidores, correção da tabela do Imposto de Renda e mais alguns trocados para obras em ano eleitoral. Uma pauta que flerta com o perigo fiscal. Guedes sempre disse que o tempo da política é diferente do seu. Às vésperas das eleições, no entanto, ele já entendeu que é a política que dita os rumos nestas bandas. E que o rigor fiscal não combina com governo sem popularidade.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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