Não passou despercebido por agentes políticos de Brasília que, mesmo ás vésperas de uma decisão fundamental de política monetária, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abriu espaço na agenda para coordenação política e sanitária. Campos Neto esteve em destaque na conversa de Jair Bolsonaro com o CEO da Pfizer para negociar compra de vacinas, além de se reunir com Arthur Lira e deputados para tratar da PEC Emergencial. Longe de polêmicas criadas pelo presidente da República ou pelo ministro Paulo Guedes, Campos Neto é visto como moderado e bom articulador, conferindo credibilidade a essas conversas. Ele já havia atuado como bombeiro quando investidores internacionais pressionaram o governo por conta das queimadas da Amazônia. Contudo, a forte alta do dólar – com reflexos na inflação de alimentos e combustíveis – e a iminência de uma alta de juros em momento de instabilidade na atividade econômica podem torná-lo alvo do presidente em algum monento, temem interlocutores.
Mário Sérgio Lima – Direto de Brasília
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