Apesar de ainda não confirmada oficialmente, a saída do secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, era uma das bolas mais cantadas nos bastidores do Ministério da Economia. Ele acabou sendo o bode expiatório de toda a confusão em torno do Orçamento e já havia sido atacado publicamente pelo presidente Bolsonaro anteriormente. Mas, Justiça lhe seja feita, Waldery nunca atuou pelas costas do ministro: lhe devotava fidelidade e aceitou por vezes o papel de vilâo em embates que o ministro travou com Congresso e mesmo Planalto. Em termos técnicos, a escolha de Bruno Funchal, hoje secretário do Tesouro, é muito boa: respeitado, competente e comprometido com qualidade e metas, ele tem capacidade de realizar um trabalho positivo, fala melhor com Congresso e mercado. Mas não se enganem, a escolha é uma forma de Guedes tentar manter seu domínio sobre o feudo do Orçamento, cobiçado por 11 entre 10 políticos do centrão.
Mário Sérgio Lima – Direto de Brasília
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