Enquanto o governo se resolve internamente sobre o que será o Renda Brasil, deputados debatem entre si caminhos para financiar o novo programa social. Cresce no Congresso o movimento dos que defendem a tributação das classes superioras para bancar o Bolsa Família turbinado, seguindo o argumento de que é preciso “tirar de quem ganha mais”. A ideia de criação de nova CPMF ou fim de programas sociais já consolidados é majoritariamente rejeitada. Há quem acredite que o melhor caminho seja rediscutir as deduções do Imposto de Renda e usar o recurso para um fundo social só para o novo programa, de forma a impedir que o dinheiro vá para o caixa único do governo. Outros avaliam que uma saída seria a tributação sobre lucros e dividendos. Parlamentares também sugerem que um filtro mais rigoroso sobre os beneficiários dos programas em vigor e os atuais atendidos pelo auxílio-emergencial pode ajudar a abrir espaço fiscal, uma vez que o próprio TCU indicou que há pessoas recebendo indevidamente. “As regras estão muito soltas”, resumiu o vice-líder do MDB, Lúcio Mosquini (RO), que defende uma auditoria nos programas. De acordo com os deputados ouvidos pelo BAF, “o governo tem muita gordura para queimar”, poderia estar fazendo a Reforma Administrativa e precisa trabalhar agora para viabilizar o novo Renda Brasil. A reclamação é de que a equipe econômica de Paulo Guedes fala muito e não entrega nada, a começar pelas reformas Administrativa, Tributária e agora a Assistencial.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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