Há um sentimento no Congresso de que, passado o segundo turno das eleições municipais, os parlamentares farão movimentos para buscar formas de financiamento do Renda Cidadã. Relator da PEC Emergencial, o senador Márcio Bittar (MDB/AC) quer resolver a questão este ano e voltou a reunir com o governo nesta semana. Várias ideias estão sendo colocadas na mesa, como a desindexação de benefícios acima de um salário-mínimo, mas a tendência do governo é esperar a repercussão positiva de alguma proposta para assumi-la. Relator da LDO no ano passado, Cacá Leão (PP/BA) disse que o Renda Cidadã é um problema de fácil solução: basta tirar um pouco de cada ministério. “Tenho certeza absoluta que haverá empenho para se resolver”, respondeu ao BAF. Em geral, os congressistas estão divididos: sabem da dificuldade de se encontrar espaço orçamentário para financiar o novo programa, mas ao mesmo tempo estão preocupados com o fim do auxílio emergencial. “Essas pessoas vão viver como?”, questionou um importante aliado do governo. Para se sustentar como um programa de Jair Bolsonaro, o Renda Cidadã precisaria vir reformulado e com valores superiores ao que o atual Bolsa Família oferece, mas adequado à realidade econômica, dizem os parlamentares.  Há governistas que defendem regras mais rigorosas para os programas sociais em vigor, outros avaliam que o teto de gastos será estourado em 2021, sem margem para um novo projeto de transferência de renda. “Penso que vai surgir uma boa proposta. Temos de dar um caminho, uma solução”, pregou Lúcio Mosquini (MDB/RO), vice-líder do governo na Câmara. No DEM, surgem vozes que, oficialmente, alegam a preocupação com a responsabilidade fiscal para não deixar o programa prosperar, mas nos bastidores miram 2022 e avaliam que se eles não estarão no palanque de Bolsonaro, não há razão para aprovar o Renda Cidadã agora.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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