Com o revés nas urnas, a ala “bolsonarista raiz” pretende lançar até o fim do ano uma Frente Mista Conservadora para tentar encampar no Congresso as pautas que elegeram Jair Bolsonaro em 2018. Para ganhar maior relevância, o grupo liderado pela deputada Bia Kicis (PSL/DF) também deve abraçar a agenda econômica, entre eles a Reforma Administrativa (que já tem uma frente bem articulada tratando do assunto) e as privatizações. O grupo já se reuniu com os ministros Fábio Faria e Ernesto Araújo (este último deve patrocinar o intercâmbio da frente com os demais representantes da América do Sul). O problema é que o grupo ainda não ganhou musculatura: das 170 assinaturas necessárias, apenas 100 parlamentares (70 deputados e 30 senadores) apoiaram até agora a iniciativa. A derrota da direita mais radical nas eleições municipais assustou os bolsonaristas, que querem agora não só criar a frente para influenciar a pauta do Parlamento, como para ter poder nas comissões e reorganizar as forças de direita no País, de forma a pavimentar o caminho para fortalecer Bolsonaro em 2022. As bandeiras da frente inclui a instituição do voto impresso, castração química de condenados por estupro e estratégias para impedir que projetos que legalizem drogas e o aborto prosperem.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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