Um clima de luto tomou conta da Câmara um dia após a indicação do cardiologista Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde. Havia uma torcida explícita no Centrão pela escolha de Dr. Luizinho (PP/RJ), que vem acompanhando de perto os desdobramentos da pandemia no País via comissão da Casa que trata do assunto. A leitura entre líderes expressivos da Câmara é de que Jair Bolsonaro perdeu a oportunidade de dividir com o Parlamento o ônus e o bônus da indicação, sobrando agora nas costas só do presidente a responsabilidade pelo que virá. Parlamentares se dividem sobre a possibilidade de retaliação política do Centrão por Bolsonaro não ter escolhido a médica Ludhmila Hajjar, defendida publicamente pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Para alguns deputados, ao escolher Queiroga o presidente se mostrou mais sensível ao apelo dos filhos do que dos aliados no Congresso. Há também quem veja o erro estratégico de Lira ao bancar publicamente a médica, quando deveria ter optado por Luizinho. Ludhmila, dizem os parlamentares, não duraria uma semana no cargo. Na visão dos deputados, Queiroga já deixou claro que não vai entrar em bola dividida com Bolsonaro e será “mais do mesmo”. “Não vai melhorar nada, vai ficar tudo igual”, concluiu um importante líder da base.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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