Parlamentares do Centrão acompanham com atenção o clima de radicalização dos dois lados e o surgimento de protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Eles lembram que em manifestações, todos sabem como começam, mas nunca têm ideia de como terminam. “Em São Paulo nasce tudo”, ressaltou um parlamentar do PSD que vota com o governo. Outro parlamentar do PL avalia que a tendência no momento é manifestações encurralarem o presidente e, como os bolsonaristas já não respeitavam isolamento, a oposição se sentirá à vontade para protestar também. Para esse parlamentar, os últimos discursos do presidente soam mais como “desespero”. “Quem no mundo ficaria do lado do Bolsonaro numa ruptura institucional?”, questionou. Mesmo com os últimos acontecimentos, os congressistas dizem que não há clima para impeachment, votação de denúncia e muito menos “golpe militar”. O cenário desenhado por eles não passa pelo Congresso, mas por uma cassação da chapa presidencial no TSE, ainda mais com a quebra do sigilo dos empresários apoiadores de Bolsonaro a título de investigar a propagação de fake news. “Será impossível não pegar financiamento irregular de campanha em 2018”, previu um deputado.