Parlamentares ouvidos pelo BAF mostraram surpresa com a decisão do governo de pedir urgência na tramitação do projeto de lei que unifica PIS e Cofins no novo CBS. Aliados do governo entenderam que o gesto político foi mais “simbólico” porque, do ponto de vista prático e regimental, a urgência só atrapalha. Em 45 dias a medida tranca a pauta da Câmara e, para os deputados, em algum momento o Executivo terá de retirar o pedido de urgência para votar matérias mais importantes. Os deputados também alegam que não há cabimento apreciar o tema em separado das comissões (especial e mista) da Reforma Tributária, onde o relator Aguinaldo Ribeiro sinalizou que não vai debater um item da proposta fora do conjunto e com a urgência solicitada pelo Executivo. “Vamos precisar de tempo para debater e construir uma proposta. Reforma Tributária não é só unificação de impostos”, concordou a líder Perpétua Almeida (PCdoB/AC). A frustração com a reforma fatiada do governo prevalece no dia seguinte da entrega da proposta. “Tinha de mandar tudo de uma vez”, criticou o líder do PSL, Felipe Francischini (PR). Parlamentares chamaram o projeto de “acanhado” e simples, mas consideram que pelo menos o governo entrou oficialmente no debate. Ex-líder do PSB e membro da comissão mista, Tadeu Alencar (PE), acredita que até o fim do ano é possível aprovar a matéria. “Temos de aprovar alguma coisa que ajude na economia. Só temos aprovado despesas”, comentou. A expectativa é de que nesta semana saia o calendário de retomada dos trabalhos da comissão mista.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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