Em um discurso de seis páginas, Arthur Lira deu o tom da preocupação do Congresso com a escalada da pandemia, como o BAF vem alertando. No dia em que o País atingiu 300 mil mortos, o presidente da Câmara disse que sua intenção não é seguir o caminho dos “remédios amargos” da política, mas observou que o limite do Parlamento “é quando o mínimo de sensatez em relação ao povo não está sendo obedecido”. “Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais. Muitas vezes são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável. Não é esta a intenção desta Presidência. Preferimos que as atuais anomalias se curem por si mesmas, frutos da autocrítica, do instinto de sobrevivência, da sabedoria, da inteligência emocional e da capacidade política”, frisou. Destacando a dramaticidade do momento, Lira defendeu o distencionamento político e ponderou que não é justo só culpar o Executivo. “Mas será preciso que essa capacidade de ouvir tenha como contrapartida a flexibilidade de ceder. Sem esse exercício, a ser praticado por todos, esse esforço não produzirá os resultados necessários”, discursou. O presidente da Câmara avisou que nessas duas próximas semanas será priorizado, numa espécie de esforço concentrado, projetos relacionados à pandemia. “Quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o País se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados”.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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