Na percepção dos parlamentares, os partidos de Centro foram os grandes vencedores nas urnas em 2020 e, a partir de agora, a pauta para 2022 começa a ser desenhada. Para o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR), os partidos de esquerda encolheram, o Centrão se consagrou no controle da maior parte dos municípios e o presidente Jair Bolsonaro “quase não participou” do pleito, escolhendo apenas os aliados ideológicos. “Ele retribuiu os apoios recebidos”, resumiu Barros. Dos 59 apoiados por Bolsonaro, 47 não se elegeram.Líder do PCdoB na Câmara, a deputada Perpétua Almeida (AC) concorda que o Centrão avançou, mas avalia que a performance da esquerda melhorou. “O que na minha opinião teve a maior baixa foi o extremismo, a negação da política”, comentou. Colega de bancada de Barros, Fausto Pinato (SP) disse que as urnas indicaram que os eleitores estão buscando “propostas equilibradas” e governantes que não criem “conflitos desnecessários”. O PP de Pinato e Barros ficou em segundo lugar no ranking de prefeitos eleitos, atrás do MDB e à frente do PSD. O DEM também teve um desempenho relevante, levando três capitais expressivas logo no primeiro turno. Com esse resultado, Pinato acredita que as bancadas de Centro no Congresso, que já eram “autônomas”, podem reforçar essa postura. “O presidente é quem precisa de maioria para governar”, lembrou.