Assim como Rodrigo Pacheco vem sendo pressionado no Senado a dar respostas duras ao governo de Jair Bolsonaro (principalmente via CPI da Pandemia), na Câmara os líderes partidários subiram o tom e também passaram a cobrar de Arthur Lira uma marcação forte de posição, apurou o BAF. Foi o que ele fez ontem ao avisar que “tudo tem limite”. O presidente da Câmara, que ficou bem descontente com a escolha do novo titular do Ministério da Saúde, fez um discurso que foi interpretado por parlamentares como um ultimato ao governo. Diante dos mais de 300 mil mortos pela Covid-19, deputados relatam que a pressão dentro da Câmara está forte, uma vez que a avaliação é de que a situação ainda vai piorar. A oposição já havia anunciado que pretendia obstruir todas as matérias que não fossem relacionadas ao combate à pandemia. Não à toa, Lira avisou que vai promover um esforço concentrado para votar propostas relacionadas ao tema nas próximas duas semanas. Aliados do presidente da Câmara acreditam que ainda não há riscos de “remédios mais amargos” contra o governo serem adotados, mas Bolsonaro precisa “se comportar”. “A Câmara não poderia tolerar de forma passiva a morte de 300 mil brasileiros e brasileiras, parte delas decorrentes de erros gravíssimos de condução do enfrentamento da pandemia. Não vamos carregar a marca de erros que não são nossos”, resumiu Marcelo Ramos, vice-presidente do Congresso. Um importante parlamentar do Centrão lembrou nesta semana que se o governo optar pela operação suicida, o bloco não vai junto. Ao fazer um pronunciamento no tom de alerta ao Executivo, Lira deixou claro que não está disposto a afundar com Bolsonaro. 

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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