Ao desautorizar o ministro da Saúde sobre a compra da vacina chinesa, Jair Bolsonaro ensaia a reedição do confronto direto com os governadores. O primeiro aconteceu no começo da pandemia, quando Bolsonaro e os gestores estaduais bateram de frente por causa das primeiras medidas sanitárias adotadas. A repercussão está grande em Brasília, sobram críticas à politização de uma vacina que sequer está pronta, mas que desponta como uma opção segura. Os governadores do Nordeste foram os primeiros a reagir. Ao BAF, Wellington Dias (PI) cobrou o compromisso firmado ontem entre o ministro Eduardo Pazuello e Estados e municípios para comprar a vacina produzida pela Fiocruz e Instituto Butantan. Já Flávio Dino (MA) disse não querer uma “guerra na federação”, mas avisou que os governadores vão recorrer ao Legislativo e ao Judiciário para garantir o acesso a “todas as vacinas que forem eficazes e seguras”. A oposição no Congresso já começou a se articular para entrar com ações judiciais contra o governo por crime contra a saúde pública. Se o ambiente político em Brasília estava disperso por causa das eleições municipais, agora Bolsonaro tratou de tensioná-lo.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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