Paralelamente à mobilização para ampliar o escopo da CPI da Pandemia e aos movimentos dos deputados para entrarem no assunto, os áudios divulgados pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania/GO) continuam repercutindo no Congresso. O vice-presidente do Parlamento, Marcelo Ramos (PL/AM), chamou o episódio de “avacalhação geral da República” e o deputado Fábio Trad (PSD/MS) lamentou o “nível degradante” da política brasileira. Para a oposição, o áudio demonstra que Jair Bolsonaro está “desesperado” com a possibilidade de investigação e por isso trabalha para incluir governadores e prefeitos, de forma a inviabilizar a apuração sobre o desempenho do governo federal no combate à pandemia. “Quem é inocente não tem medo de investigação”, disse Kim Kataguiri (DEM/SP). “Os diálogos entre o presidente da República e o senador Kajuru, além de uma clara tentativa de interferir em outros Poderes, é mais um indicador de que precisamos abrir a CPI”, escreveu Renan Calheiros (MDB/AL), um dos cotados para relatar os trabalhos. Os adversários do presidente da República também enxergam no episódio crime de responsabilidade por ele falar abertamente sobre impeachment de ministro do STF. “Conspirar contra o STF é crime”, observou Júnior Bozella (PSL/SP). Até o momento, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco seguem em silêncio. A leitura do pedido da CPI deve acontecer amanhã na sessão plenária virtual do Senado.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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